Esta é a história de Crisóstomo que, chegando aos quarenta anos, lida com a
tristeza de não ter tido um filho. Do sonho de encontrar uma criança que o
prolongue e de outros inesperados encontros, nasce uma família inventada, mas
tão pura e fundamental como qualquer outra.
As histórias do Crisóstomo e do Camilo, da Isaura do Antonino e da Matilde mostram que para se ser feliz é preciso aceitar ser o que se pode, nunca deixando contudo de acreditar que é possível estar e ser sempre melhor. As suas vidas ilustram igualmente que o amor, sendo uma pacificação com a nossa natureza, tem o poder de a transformar.
Tocando em temas tão basilares à vida humana como o amor, a paternidade e a família, O filho de mil homens exibe, como sempre, a apurada sensibilidade e o esplendor criativo de Valter Hugo Mãe.
As histórias do Crisóstomo e do Camilo, da Isaura do Antonino e da Matilde mostram que para se ser feliz é preciso aceitar ser o que se pode, nunca deixando contudo de acreditar que é possível estar e ser sempre melhor. As suas vidas ilustram igualmente que o amor, sendo uma pacificação com a nossa natureza, tem o poder de a transformar.
Tocando em temas tão basilares à vida humana como o amor, a paternidade e a família, O filho de mil homens exibe, como sempre, a apurada sensibilidade e o esplendor criativo de Valter Hugo Mãe.
Opinião:
Este livro foi a primeira leitura que fiz do escritor Valter Hugo Mãe. E a expectativa era grande, confesso, nomeadamente pela visibilidade que passou a ter desde a atribuição do prémio José Saramago em 2007.
Antes de mais a capa é surpreendente. É enigmática e consegue deixar-nos a pensar, dividos entre extremos, entre algo etéreo e algo terreno, entre água e fogo, entre formal e informal.
A entrada na leitura foi agradável. Uma escrita colorida, divertida, que me arrancou até algumas gargalhadas interiores. Fez-me, em alguns momentos, relembrar o surreelismo dos escritores sul-americanos, mas com uma boa pitada de Saramago.
A história é bonita e fala-nos essencialmente de afectos. Fala-nos de um homem humilde, sem estudos, pescador de profissão, imensamente sabedor dos afectos, que chega aos 40 anos e sente o profundo apelo da paternidade. E a vida encarrega-se, felizmente, de o permitir encontrar um filho.
O aspecto que menos me agradou, foi o facto de, apesar de haver um fio condutor, a história se apresentar desgarrada, fragmentada pelas diversas perspectivas e estórias de diversos personagens. E esta dispersão, senti-a como não permitindo um conhecimento mais aprofundado dos protagonistas, condição essencial para que o leitor possa criar laços, empatia ou outros sentimentos por aqueles que povoam a história.
O que mais me agradou foi, sem dúvida, ser uma história habitada pelos afectos, tocando nos vários tipos de amor, no fundo naquilo que nos une enquanto seres humanos. Portanto, em alguns aspectos, não deixou de ser como que uma lição de vida, nomeadamente pela intensa, imensa e infinta generosidade existente no coração de Crisóstomo.
"Deve nutrir-se carinho por um sofrimento sobre o qual se soube construir a felicidade, repetiu muito seguro. Apenas isso. Nunca cultivar a dor, mas lembrá-la com respeito, por ter sido indutora de uma melhoria, por melhorar quem se é. Se assim for, não é necessário voltar atrás. A aprendizagem estraá feita e o caminho livre para que a dor não se repita. Estava a crescer. O pescador crescia para ser um homem tremendo." p. 213
Antes de mais a capa é surpreendente. É enigmática e consegue deixar-nos a pensar, dividos entre extremos, entre algo etéreo e algo terreno, entre água e fogo, entre formal e informal.
A entrada na leitura foi agradável. Uma escrita colorida, divertida, que me arrancou até algumas gargalhadas interiores. Fez-me, em alguns momentos, relembrar o surreelismo dos escritores sul-americanos, mas com uma boa pitada de Saramago.
A história é bonita e fala-nos essencialmente de afectos. Fala-nos de um homem humilde, sem estudos, pescador de profissão, imensamente sabedor dos afectos, que chega aos 40 anos e sente o profundo apelo da paternidade. E a vida encarrega-se, felizmente, de o permitir encontrar um filho.
O aspecto que menos me agradou, foi o facto de, apesar de haver um fio condutor, a história se apresentar desgarrada, fragmentada pelas diversas perspectivas e estórias de diversos personagens. E esta dispersão, senti-a como não permitindo um conhecimento mais aprofundado dos protagonistas, condição essencial para que o leitor possa criar laços, empatia ou outros sentimentos por aqueles que povoam a história.
O que mais me agradou foi, sem dúvida, ser uma história habitada pelos afectos, tocando nos vários tipos de amor, no fundo naquilo que nos une enquanto seres humanos. Portanto, em alguns aspectos, não deixou de ser como que uma lição de vida, nomeadamente pela intensa, imensa e infinta generosidade existente no coração de Crisóstomo.
"Deve nutrir-se carinho por um sofrimento sobre o qual se soube construir a felicidade, repetiu muito seguro. Apenas isso. Nunca cultivar a dor, mas lembrá-la com respeito, por ter sido indutora de uma melhoria, por melhorar quem se é. Se assim for, não é necessário voltar atrás. A aprendizagem estraá feita e o caminho livre para que a dor não se repita. Estava a crescer. O pescador crescia para ser um homem tremendo." p. 213
Sobre o livro, nada podeirei dizer por agora! Mas, sobre a capa, é de facto bastante interessante!
ResponderEliminarObrigado pela partilha.
"O filho de mil homens" também foi a minha estreia na leitura de Valter Hugo Mãe. Concordo com o que dizes, é realmente uma história de afectos, mas diria que é mais do que isso, é uma história sobre a possibilidade de encontrar família nos sítios mais improváveis.
ResponderEliminarTenho imensa vontade de ler este livro. Obrigada pela opinião:)
ResponderEliminarNunca li nada de Valter Hugo Mãe mas já tenho ouvido falar muito bem dele. Gostei da tua opinião pois acaba por ser imparcial uma vez que a maioria dos leitores comparam sempre com os seus livros mais antigos e acabam por desvalorizar um pouco esta sua última obra.
ResponderEliminarQuanto à capa, nunca tinha olhado muito para ela mas é de facto bastante interessante.
Boas leituras!
Ainda esta semana publiquei a minha opiniao sobre este livro. Mas, na verdade, logo a seguir li "a máquina de fazer espanhóis". Ao contrário das duras críticas dos especialistas, penso que é um bom livro para começar a familiarizar-se com o autor. No entanto, fiquei algo chocada com as atrocidades que descreve e com a excentricidade de todos e cada um dos personagens.
ResponderEliminarEm suma, parece-me que é um autor "iluminado", com uma grande imaginação. Isto não quer dizer, no entanto, que creio que possa agradar a todos os públicos. O próximo será "o apocalipse dos trabalhadores".