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a morte aflige-me, angustia-me, bloqueia-me.
é necessariamente inevitável, mas tem uma imprevisibilidade assustadora.
a sua ocorrência precoce choca-me profundamente, a vida num sopro expirado antes do tempo. 
e quando alguém se vai, os meus pensamentos vão para quem fica.
para quem vai ter de lidar com a perda, com o vazio, com a ausência.
para quem tem perguntas sem interlocutor.
para quem tem uma saudade dolorosamente visceral.
para quem, sem aviso prévio, vê o rumo da sua vida mudado.
para quem ficou sem tapete, estatelado no chão.
talvez por, um dia, eu própria ter ficado assim.

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