Foto by Sunshine
Meto-me para dentro, e fecho a janela.
Trazem o candeeiro e dão as boas-noites,E a minha voz contente dá as boas-noites.
Oxalá a minha vida seja sempre isto:
O dia cheio de sol, ou suave de chuva,
Ou tempestuoso como se acabasse o mundo,
A tarde suave e os ranchos que passam
Fitados com interesse da janela,
O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,
E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,
Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir,
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito,
E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme.
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro), Ficções do Interlúdio
Uma parte do tesouro que me foi oferecido pela querida, querida Ana Pina, uma artista portuense fabulosa, uma pessoa com uma sensibilidade invulgar e com quem tenho muitos gostos em comum.
Dizer obrigada é pouco e retribuir como ela merece não será fácil!
Lindo texto do grande Fernando pessoa. Um belo presente.
ResponderEliminarbeijinhos grandes
Um grande homem sempre carregado de grandes textos com emoções à flor da pela :)
ResponderEliminarBom fim de semana xxxx
O Mestre Caeiro tão próximo da Natureza. E como a sentimos neste serão!
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