Eu não queria falar sobre isto aqui...

... mas também não quero calar o que me vai dentro.
Naturalmente, não vou colocar fotos, nem falar em detalhe da situação, mas fiquei profundamente chocada. 
Porque sou mãe, porque sou mulher, porque podia acontecer aqui bem perto.
Porque dois inocentes foram privados para todo o sempre de crescer e de serem felizes.
Porque os familiares sentirão o peso da culpa para o resto da vida.
Porque os professores, colegas e amigos sentirão que podiam ter feito mais qualquer coisa.
Tantos 'Se' que ficaram em suspenso.
Há, sem dúvida, variáveis difíceis de controlar, mas promover e cuidar da saúde mental, tantas vezes negligenciada, poderia aqui fazer toda a diferença.
Porque quando estamos muitos doentes, somos um risco para nós e para os outros.
Porque quando estamos muitos doentes e nem temos noção disso, pior ainda.  
Portanto, o sentido deste post é somente este: estejam alerta aos sinais (porque, com determinadas circunstâncias de vida, é perfeitamente natural que eles existam) e, caso não estejam bem, caso alguém próximo de vós não esteja bem, procurem ajuda especializada. A saúde mental não é um luxo.

5 comentários:

  1. Concordo plenamente. Já tive um caso muito complicado na família. As pessoas acham que ir ao psiquiatra ao psicólogo ou tomar antidepressivos ou outros, quer dizer que são "malucos". E já ouvi isso algumas vezes. É importante entender que a depressão é uma doença grave que pode levar a morte e a situações como esta. Procurar ajuda é sinal que estamos conscientes que algo não está bem e queremos melhorar. Foi muito bom ter trazido esse assunto.
    Beijinhos grandes.

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  2. A tua última frase diz tudo... Infelizmente ainda é subestimada e subvalorizada!

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  3. O pior é quando nem os médicos nos podem ajudar... Há um certo limite ao que os comprimidos podem fazer. Lido diariamente com a esquizofrenia crónica do meu irmão e digo-vos, é degastante, não só para ele (deve ser terrível viver assim) mas também para os familiares. Nem a medicação lhe livra dos demónios que ele vê na cara das pessoas, as vozes que ele ouve, etc...

    Não concordo quando dizes que a saúde mental não é um luxo. Cada vez mais o estado corta na comparticipação dos medicamentos, cada caixa de comprimidos custa à volta de 150€, antes era totalmente comparticipada, agora já não.
    Em termos monetários a saúde mental é cada vez mais cara.

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    1. Filomena, claro que viver diariamente com uma situação familiar dessas deve ser terrível, mas quando falo em ajuda especializada não me refiro apenas a medicação, mas também e principalmente a psicoterapia. Claro que os fármacos ajudam a controlar e diminuir os sintomas, mas a psicoterapia é importantíssima para a mudança interior, para dissipar os tais demónios, para adquirir ou desenvolver as competências pessoais e sociais. E no caso da esquizofrenia existirão concerteza grupos terapêuticos que melhoram muito a qualidade de vida dos pacientes e consequentemente da suas famílias.

      Realmente quando existem fármacos com esse valor, obviamente não são acessíveis a todas as carteiras, mas quando referi que a saúde mental não é luxo é porque ela tem de ser encarada com a mesma importância do que a saúde física. Aliás, nem sequer deveria haver distinção!

      Beijinhos ;)

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  4. Uma amiga disse-me: não imaginas o que é ter uma depressão, só se fazem asneiras sem pensar.
    Eu digo: pois mas isso não é desculpa para tirar a vida aos filhos, isso ninguém tem o direito de o fazer, cobardia...chocante.

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